Winters DayNa cidade de São Paulo e região metropolitana tem ocorrido, e continua a ocorrência de uma série de danos material e inclusive perdas de algumas vidas, relacionados com o volume de chuva que tem desabado sobre a região desde o mês de dezembro último. É uma realidade quando os meios de comunicações informam que as conseqüências desse volume de chuva vêm trazendo uma série de transtornos para a população, com áreas inundadas a mais de um mês. O que temos assistido pela TV e até pessoalmente é mesmo de causar tristezas, são tanta gente sofrendo com a chuva, considerada uma dádiva divina, pois tantos benefícios ela nos traz, ajuda limpar o ar, molha as plantas, refresca, alimenta represas, rios e lençóis freáticos. O volume de água que tem caído em São Paulo e região nesse início de ano, apesar de quase ter quebrado um Recorde, não é assim tão grande, o problema está é onde ele caiu, são áreas densamente povoadas, o terreno altamente impermeável com falta de um planejamento e obras destinadas à dar vazão a água que se acumula. São Paulo tem crescido desordenadamente, não é só aqui, esse problema é comum na maioria das cidades, mesmo nas pequenas onde casas são construídas de forma aleatória. São problemas muito difíceis de serem resolvidos, não é só uma questão de aumentar a profundidade e largura de rios e córregos, fazer canalizações, na cidade de São Paulo tem locais que são mais baixos que os próprios leitos dos rios, ou tem construções que impedem o escoamento das águas, e quando chove o alagamento é inevitável, e aí o único jeito é instalar bombas para tirar toda essa água represada. Alguém deve fazer a seguinte pergunta: por que essas bombas já não foram instaladas? Numa cidade como São Paulo, muitas vezes quando o poder público percebe o bairro já está formado, são invasões constantes de áreas dos mais diversos tipos, regiões planas, depressões, encostas de morros, margens de rios e represas. É área que se for permitida a urbanização, requerem estudos e obras de infra-estrutura para que possam ser habitadas corretamente, mas o que tem acontecido é que tudo anda na contramão, essas obras vêm depois e de forma paliativa.
OLYMPUS DIGITAL CAMERA         Em Franco da Rocha já fiquei ilhado duas vezes no final do ano passado, e o alagamento foi no centro, se chove um pouquinho mais alaga tudo, o trem não passa, não chega e nem sai ônibus, e sempre num lugar ou outro tem queda de barreiras, e não é só lá, uma grande parte dos municípios da região metropolitana de São Paulo tem construções que você olha e fica admirado como aquilo ainda está lá, parece que esta pendurada. Já perguntei para algumas pessoas: "você não tem medo que um dia qualquer haja um deslizamento aí?" A pessoa simplesmente responde que não, porque ali nunca teve um deslizamento. Ora se não teve poderá ter, porque se já tivesse ocorrido provavelmente não voltaria acontecer, o terreno já teria se acomodado. Vejam a tragédia em Angra dos Reis, em Santa Catarina, há quanto tempo estão lá àquelas construções e até aquela data nada tinha acontecido. As pessoas devem ser mais precavidas, o melhor tratamento ou remédio sempre foi a prevenção, mas no caso da cidade de São Paulo é difícil, esse volume de chuva já era previsto, mas como se prevenir? Como tirar aquela casa da zona de risco? Remover um quarteirão inteiro, ou um bairro seria a solução, mas é praticamente inviável. Mas não podemos ficar de braços cruzados, sempre cobrar das autoridades competentes a construção de obras para que os efeitos sejam minimizados, pelo menos, quando for impossível saná-lo de vez.

Não pense a população em geral que estou fazendo uma crítica, eu sei que as pessoas, muitas vezes são obrigadas a sujeitarem morar onde jamais pensou. O maior culpado pelo processo de exclusão que a classe menos favorecida cada vez mais está sujeita é o sistema econômico, o capitalismo implacável em sua marcha acelerada atropelando a população, e até o poder público. O progresso se não for planejado, junto com os benefícios trás prejuízos. "São Paulo não pode parar", ideologia da fúria desenvolvimentista dos anos 40, e não parou mesmo, nem um minuto para tomar uma direção adequada, expandir seus horizontes de forma a dar conforto e segurança para os que movimentaram e movimentam esta gigantesca máquina do progresso nacional.

São Paulo já foi muito mais fria e chuvosa, inclusive é conhecida como a terra da garoa, termo que ficou apenas na memória daqueles que a vivenciaram, e imortalizado na bela música, "Lampião de Gás", que retrata a São Paulo da primeira metade do século vinte. Ouça a Música clicando A Q U I, vale a pena ver esse clipe além da música que é um clássico do repertório de Inezita Barroso, tem fotos da época.

Sabemos que o homem é capaz de alterar, modificar muita coisa nos territórios, na paisagem, no meio ambiente, mas a natureza é implacável em sua marcha. Sabemos que o tempo geológico é lento, muito difícil de ser percebido, diferente do nosso, o cronológico, que podemos acompanhar a cada segundo, mas a natureza também tem suas reações, e muitas vezes de forma rápida e força imprevisível.

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